A BENGALA
A bengala surgiu na idade antiga com o nome de bastão ou vara e era utilizada como acessório por pessoas que tinham dificuldades no caminhar em razão da idade ou de visualizar por deficiência visual ou por problemas traumatológicos.
Há relatos de uso desses utensílios pelo patriarca Bíblico Isaac e Tiresies, o profeta.
Depois a bengala, juntamente com o chapéu, passou a fazer parte essencial da indumentária masculina de tal sorte que a maioria dos homens elegantes e muitas personalidades famosas, também usavam o acessório como Charles Chaplin, Bat Martersom, Mahatma Gandhi e Winston Churchill.
Com o passar do tempo a bengala foi aos poucos adquirindo importância, status e vários modelos foram surgindo até que em 1930, o Lions Clube Peória Illinois (EUA) apresentou uma proposta para criação da lei da bengala, tendo a mesma sido aprovada como a lei da bengala branca.
O dia 15 de outubro foi então escolhido como o Dia Mundial da Bengala Branca pelo Lions Club de Toronto no Canada.
Coube ao primeiro tenente Oftalmologista americano Richard desenvolver uma bengala longa e especial com função, material e cumprimento adequado para atender soldados que retornaram da guerra com deficiência de locomoção e visual.
Os portadores de bengala branca tinham prioridade no trânsito. Conheço muitas pessoas que usam bengala. Meu primo Antônio Gomes é uma delas.
Fazia muitos anos que não me encontrava com queridos familiares e a oportunidade ocorreu por ocasião do II Encontro da Família Apoliano e durante os festejos da Padroeira do município de Padre Linhares, com alvorada, cavalgada, leilão e baile.
O PADRE
O Padre Renato era uma figura. Era dinâmico e procurava movimentar e envolver as pessoas da paróquia.
Com postura formal celebrava a missa, fazia casamentos e batizados. Com postura informal e descontraída dançava nos bailes, cantava as prendas dos leilões e revelava seu lado crítico e gozador.
Incomodado com a presença de cães moradores de rua nas imediações da Igreja sempre fazia um gesto de “chute” para afastá-los, dizendo: “Ô lugarzinho pra ter cachorros.”
Ao saber que eu era do estado de goiás saiu com essa pérola bem na hora de anunciar uma prenda no leilão:” Pois é. Aqui tem um homem que adora chifre. Foi se aproximando de mim e continuou: É ou, não é? Em Goiás o povo adora vaca, né?”
É, respondi, mas eu particularmente adoro nelore mocho e gosto de cachorros.
A maioria dos moradores gostava do Padre. Fui informado recentemente pela senhora Fátima Apoliano que o mesmo havia sido transferido para outra paróquia de maior jurisdição.
Antônio Gomes, para os seus oitenta e poucos anos de idade, estava muito bem. Cuidava das terras, dos animais, dirigia caminhoneta. Era conhecido pela alcunha de cabelo duro.
Não entendo até hoje uma vez que seu cabelo é fino. Também não sei dizer se isso o incomodava.
Estacionou a caminhoneta, desceu com a ajuda de uma bengala e após os cumprimentos e abraços, sentou na cadeira na calçada, perguntou pelas novidades e logo começou a conversar e relembrar fatos relacionados com à família.
“As pernas é a última parte do corpo que nasce e a primeira que falta “foi logo dizendo para justificar o uso da bengala.
“Veja só”, continuou Ele, “já estou precisando da ajuda de uma bengala. Em seguida disse: Você parece bem. ”
É, estou bem, respondi, mas a minha bengala está guardada esperando a vez. Aliás, tenho duas.
Uma foi doada pelo saudoso amigo Santana. Que Deus o tenha em bom lugar.
A outra me foi doada pelo meu vizinho e amigo Senhor Toninho. Ele mesmo quem fez pois quando jovem dominava a arte de fazer piano e fazer uma boa bengala pra Ele era café bem pequeno.
Fazíamos trabalho voluntário no Centro de Valorização da Vida (CVV) e no Hospital Universitário da UFG e os ensaios eram realizados aos sábados na minha casa e às segundas na capelinha do Hospital. Dentre eles estavam o Herozé e o Santana cada um com sua bengala e com seu problema de saúde.
O Herozé queixava-se das pernas. O Santana alegava não está bem e que tomava medicamento para diabete.
Eu sempre brincava com Ele sobre a bengala… ajudava a andar e também a se proteger das trombadinhas.
Dias depois, festejamos seu aniversário. Houve muita emoção. Parecia uma despedida. E foi.
Trinta dias após o aniversário, num sábado à tardinha recebemos o comunicado do seu falecimento e devido as circunstâncias, o enterro foi realizado no mesmo dia. ´Dia seguinte (domingo) Bertinho, uns amigos e eu fomos ao cemitério fazer uma oração no seu túmulo.
Decorrido alguns dias recebi uma ligação da filha do Santana para dar uma chegadinha na casa dela porque o Santana tinha deixado uma encomenda pra mim.
Chegando à casa da filha do Santana, ela me falou. Vou buscar a encomenda que o meu pai deixou pra você: a bengala. Não consegui dizer uma palavra. Naquele momento senti a presença do amigo Santana.
Até breve Santana e muito obrigado pela bengala. Ela foi útil a você, espero ser útil pra mim como a do meu primo Antônio está sendo pra Ele e muitas outras.
A CURVA DE GAUSS
A Curva normal ou curva de Gauss é um gráfico em formato de chapéu emborcado ou sino, muito utilizado para modelar fenômenos naturais, como o ciclo da vida, curva de concentração plasmática de uma droga.
Serve também para saber a evolução e como se distribuiu no tempo algumas epidemias e pandemias, fornecendo inúmeras informações.
Hoje temos a curva da Coronavírus na China quase concluída, a da Itália e da Espanha em andamento e a do Brasil em fase inicial. Todas com suas características: mais alta ou mais baixa, mais curta ou mais longa, dependendo do tempo e do tipo de providências que foram tomadas pelo poder público e pela população.
A curva normal foi criada pelo matemático, astrônomo e físico alemão Carl Friedrich Gauss, filho de camponeses pobres que estudou com o apoio da mãe.
Sabemos que a criança após o nascimento não tem a capacidade de sair andando com o auxílio das próprias pernas. Esse processo vai se desenvolvendo gradativamente e é alcançado por volta de um ano de idade.
A criança está como se tivesse na aba do chapéu e à medida que vai crescendo ela vai se dirigindo para a parte mais alta, alcançando e permanecendo nesse patamar dos 40 aos 50 anos de idade. Estudos revelam que é nesse patamar que o homem adquire sua plenitude em maturidade, equilíbrio, força e desenvoltura.
A partir daí, começa a declinar em direção a outra aba. É quando o organismo passa a apresentar alguma disfunção, algum descompasso, alguma limitação.
As pernas começam a faltar juntamente com alguns órgãos vitais os quais vão ficando com suas funções comprometidas.
Aí surge a bengala.
A bengala do Santana, a Bengala do senhor Toninho fabricante de piano, a bengala do meu estimado primo Antônio Gomes, a minha bengala, a sua bengala, a bengala da maioria de todos nós. Feliz daquele que tem ou terá o privilégio de utilizar uma bengala. Só longevos têm.
Muito obrigado.
Para maiores informações, orientações e indicações acesse: www.meupetsaudavel.com.
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Uma boa ação sempre deixa um bom exemplo. Você já praticou uma boa ação hoje?
P.S
Com relação aos pets, virou moda nas capitais grandes cidades, em quase todos os lares a presença de pelo menos um animalzinho de estimação. Esta tendencia está cada vez mais crescente e o animalzinho antes tido como o melhor amigo do homem passou a ser considerado como um membro da família.
Por outro lado, a presença de animais moradores de rua também está crescendo de forma surpreendente…
É comum nas capitais e grandes cidades, em quase todos os lares ter pelo menos, um animalzinho de estimação convivendo como membro da família. É uma tendencia mundial.
Nos lugares menos assistidos, a ocorrência de animais moradores de rua é mais frequente e é um importante problema de saúde pública.
O desenvolvimento de uma política pública de conscientização da população e castração em massa dos cães moradores de rua, aprovado pelo CRMV seria, provavelmente, uma boa solução.
Para maiores informações, orientações e esclarecimentos, CONSULTE UM MÉDICO VETERINÁRIO.
Leia nesse site: Animal morador de rua. Devo ou não levar pra casa?