Diz o ditado que a coisa quando não está boa é porque “a coisa está ruça”.
Hoje vivemos dias difíceis. A situação está incerta, obscura e minada de Fake News enquanto o povo vive apreensivo e inseguro. A coisa realmente não está boa.
O RUSSO
Era 8 horas do dia 8 de março de 2021, dia da mulher. Após cumprimentar todas as mulheres familiares, amigas, conhecidas que fazem parte da minha lista de contatos fui buscar uma encomenda na casa do senhor Raul, um Russo sóbrio, discreto, centrado, meio contido que veio da Rússia para o Brasil e se estabeleceu no Estado de Goiás ainda garoto atraído pela riqueza, pela paz e pelo futebol.
Era grande apreciador do futebol brasileiro e hoje com 80 anos já assimilou o estilo, o jeito e o lado bom dos moradores da região.
A Casa em que Ele mora e trabalha à Rua 226 Setor Leste Universitário é bem modesta. Na frente um muro com uma abertura generosa, onde deveria está um portão, para acesso da velha e útil caminhoneta GMC.
Encostado ao muro, um banco rústico encardido e gasto pelas beiradas, ainda era muito compacto e parecia como que preparado para mais alguns séculos.
Na calçada uma árvore secular, caule grosso, galhos frondosos produzindo uma sombra farta e generosa. Já tinha percebido que o local era agradável, frente para o nascente e sempre tinha 2 ou 3 pessoas sentadas conversando.
O LOCKDOWN
A cidade estava calma. As pessoas estavam seguindo um novo lockdown estabelecido pelo governo estadual e municipal e o movimento era reduzido e tranquilo. O banco de madeira estava vazio. Sentei pela primeira vez.
O lugarzinho era gostoso para ficar batendo um papo com amigos, jogando conversa fora, não vendo o tempo passar e sem preocupação, comentei com seu Raul enquanto Ele colocava no carro os produtos naturais da roça.
Senhor Raul passou a contar que a família composta dos avós, pais e dois irmãos vieram da Rússia fugindo da guerra. “Meu avó Carlos Kuis passando no local viu escrito no muro vende-se esta casa e após pouca conversa com o proprietário o negócio foi fechado. Todos ficamos muito felizes pois agora tínhamos o nosso cantinho.”
Tempos depois, senhor Kuis adquiriu uma chácara com uma nascente fornecendo água de qualidade, árvores frutiferas, com terra preta na baixada, o que favorecia muito a realizar seu sonho que era cultivar hortaliças para vender nas feiras. Uma casinha humilde de frente para o nascente foi suficiente para obrigar a família nos primeiros anos de atividades, sendo frequentes as idas e vindas cidade-chácara-cidade.
A casa da cidade, até o presente momento está do mesmo jeito, o banco, a árvore. Algumas pessoas que sentaram no banco, ouviram e contaram muitas histórias, já se foram deixando lembranças e ensinamentos.
O avó do senhor Raul, senhor Carlos Kuis sempre dizia que encontrou a felicidade no Brasil. Tinha como companheiro inseparável um cão srd de nome bob que o acompanhou até os momentos finais da sua vida.
Nunca voltou à Rússia nem saiu do Brasil, vindo a falecer aos 100 anos de idade, sentado no banco onde passou grande parte da sua vida, ao lado do seu bob e de amigos, exatamente no dia 8 de março, no dia da mulher.
O BRASIL
Ele que sempre dizia maravilhas sobre o Brasil não viveu o suficiente para presenciar as decisões distócitas, incongruentes e equivocadas de alguns governadores, prefeitos e ministros. (veja o artigo Alter-Ego do Peter Park).
Não vivenciou a pandemia que levou o povo a ter severas restrições sendo obrigado a ficar aprisionado, passivo e ordeiro, em suas casas, a maioria sem trabalho, sem renda, sem alimentos, sem esperança com decreto cada vez mais restritivo à liberdade e à vida, vigorando no dia 8 de março de 2021, dia da mulher.
STF
Coincidentemente, nesta mesma data, o ministro Luiz Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal decidiu que a 13ª vara Federal de Curitiba, que tinha o ex-juiz Sérgio Moro como titular, “é incompetente para julgar o ex-Presidente Lula nos casos do tríplex do Guarujá, do Sítio do Atibaia, e em duas ações envolvendo o Instituto Lula.”
Com isso as condenações de Lula foram anuladas e ele volta a ter todos os seus direitos políticos, podendo disputar eleições e ainda com a possibilidade de ser beneficiado com a prescrição dos supostos atos criminais (crimes prescrevem em 20 anos mas pessoas com mais de 70 anos o período prescricional cai para 10 anos) que deixariam de ser discutidas nas causas criminais, como a reforma financiada pela construtora Odebrecht no sítio de Atibaia (SP). Certamente alguém vai recorrer e muita água ainda pode correr debaixo da ponte.
Vamos dar as mãos, ser solidário, praticar a profilaxia, seguir os protocolos e as recomendações das autoridades médicas, deixar as reuniões e festinhas para momento oportuno e torcer para que uma curtina se abra trazendo novos e favoráveis horizontes.
O DITADO
É como dizia o velho ditado de antigamente: quando a coisa estava feia, difícil e vergonhosa:
“ A COISA ESTÁ RUÇA”.
A coisa está ruça. Os tempos estão obscuros, incertos e cheios de Fake News. Muitos políticos se gladiando entre sí pelo poder. A maioria dos políticos e dos técnicos cada vez mais desencontrados, distanciados estão batendo frente a frente enquanto o medo, a insegurança, a incerteza tomam conta do povo.
Mas não vamos desanimar.
Com a união e o esforço coletivo, a “coisa” pode mudar.
Segundo o violonista e seresteiro Cirilo Silva, “necessitamos de uma visão otimista, esperançosa e acreditar que após a garôa, o chuvisco, a chuva, a tempestade, a tromba d´água vem a bonanza afastando a poderosa, fazendo com que o sol volte a brilhar no céu azul, a lua volte a encantar às noites não mais sombrias, a paz, o romantismo a serenata, tudo isso vai voltar e estará presente em nossos dias.
As coisas más demoram mais a passar mas sempre passam.
Muito obrigado.
Leia também “O RATO, O CÃO E O HOMEM DE COLARINHO BRANCO: QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA“
Enfim, mais informações, orientações, conhecimentos e curiosidades no site: Meu Pet Saudável.