O QUE É MALASSÉZIA
Malassézia (conhecida anteriormente como Pityrosporum) é um fungo comensal que faz parte do microbioma cutâneo e que causa muitos problemas, principalmente no cão.
É sempre secundário a dermatite alérgica, doença primária, que está desencadeando e favorecendo a pele a dar condições ao crescimento dessa levedura.
ÉPOCA DE OCORRÊNCIA.
Normalmente ocorre com mais frequência em épocas de maior umidade.
No verão, a alta umidade durante os dias quentes faz a sensação térmica aumentar, ou seja, a pessoa tem a impressão de que está mais calor. Por outro lado, a baixa umidade dos desertos causa uma grande diferença de temperatura entre o dia(quente) e a noite(frio).
No outono há uma queda da temperatura, as folhas caem, a umidade sobe e tudo isso favorece a malassézia.
ETIOLOGIA
Canina
M. pachydermatis
M. symplodialis
M. globosa
No gato não é frequente, exceto nos sem pelo.
felina
M. pachydermatis
M. symplodialis
M. globosa
M. nana (orelha)
M. sloofire.
SINTOMAS
1 – Processo inflamatório na pele
2 – Aumento da untuosidade pela ação das glândulas sebáceas.
3 – Muito prurido.
4 – Exacerbação da pigmentação das dobras cutâneas que ficam com aparência escura variando de cor de lama à preta. (hiper pigmentação). É um sinal de cronicidade cutânea.
5 – Odor fétido semelhante a manteiga azeda.
6 – Processo alérgico.
7 – Espessamento da pele
8 – Queda de pelo crônica;
9 – Liquenificação e lignificação da pele.
10- Otite de repetição.
Todos esses processos favorecem o desenvolvimento da malassézia, principalmente nas raças Shitzu, PUG, Sharpay e Bassé.
Quando a malassézia aumenta, ela libera antígenos que vão estimular a própria malassézia gerando um ciclo. E é preciso quebrar esse ciclo de malassézia de repetição continuada. Isso não é um processo agudo. Isso é um processo crônico que favorece a hipersensibilidade a essa levedura e se mistura de novo aos quadros atópicos.
ÁREAS AFETADAS
As áreas ventrais são as mais afetadas. É como se o cão tivesse passado numa poça de lama.
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE LEVAM À MALASSEZIOSE
1 – Doenças alérgicas (atopia).
2 – Doenças de queratinização (seborreia)
3 – Endocrinopatias (hipotiroidismo)
Qualquer desordem que rompe a barreira cutânea, química ou mecanicamente, pode favorecer ao crescimento da malassezia cutânea.
Está sempre em simbiose com a bactéria staphylococcus que também faz parte do microbioma cutânea, assim não vamos conseguir esterilizar a pele do cão, não vamos conseguir extinguir a malassézia nem a bactéria da pele.
DIAGNÓSTIVO.
Baseado no quadro sintomático e no teste Elisa.
TRATAMENTO
O objetivo do tratamento dos cães com malassesioze é a busca do controle e da melhoria da estrutura cutânea, para que não haja um favorecimento do desenvolvimento dessa levedura. A malassézia é um problema de superfície cutânea e as vezes não precisa de medicamento sistêmico que, em geral, vai de 30 a 40 dias o que o torna muito dispendioso e provoca efeitos colaterais.
Por isso, não pode descuidar na proteção do fígado e dos rins.
Você dar banho em Pet Shop, dar medicamento para aliviar o desconforto; quando para de usar a medicação a malassezia costuma voltar com toda a força.
Isso acontece porque é necessário descobrir a doença primária para fazer a medicação correta.
Se for doença atópica, é necessário tratar a atopia e os sintomas com medicação sistêmica.
É necessário controlar a inflamação, a coceira o odor e a infecção bacteriana.
Medicação tópica
Shampoo, sabonete ou solução preferencialmente à base de
1- Peroxido de Benzoila
Apresenta atividade secante, antibacteriana de amplo espectro, desengordurante, comedolítica, descamativa. Rompe as membranas celulares dos gentes patogênicos devido sua ação oxidante. Não deve ser usada em cães em concentração acima de 5% nem em gatos acima de 2,5%. Deve ser usado com cautela em pets com pele severamente inflamada e escarificada.
Produtos: dermovitin (H), epydermy (H), peroila shampoos, peroxidex Estes podem ser usados tanto para cães quanto para os gatos. mas para estes o recomendável é a cada 48 horas e sob orientação do Médico Veterinário.Não confundir com o benzoato de benzila ( matacura, acarsam (H), meticoçam (H), sanasar, bensim, pruridol, timbaco.) que é muito tóxico para gatos).
2 – Alcatrão que vem sempre acompanhado de salicilato de enxofre.
3 – Sulfeto de Selênio (selsum ouro-humano)
4 – Monossulfiram (ectomosol- SM)
5 – Tetraetiltiuran (tiuran-Duprat))
Existem os shampoos
1 – Cetoconazol
2 – Miconazol
3 – Clorexicidine
4 – Douxo Calm
A maioria desses produtos, (exceto o douxo calm) requer cautela no uso tendo em vista sua alta toxicidade podendo afetar o fígado e os rins os quais devem ser sempre protegidos.
Medicação sistêmica
Como medicação sistêmica foi lançado recentemente um produto com alto custo beneficio à base de
1 – Oclacitinib (Apoquel) comprimido recomendado para cães acima de 12 meses, e que quando utilizado com o shampoo Douxo calm tem oferecido excelentes resultados principalmente na eliminação da coceira.
2 – Cefalexina ou a recém lançada Cefovecina sódica, com o nome de Convênia que com uma única aplicação, na maioria das vezes, combate eficazmente a bactéria Staphylococcus aureus, presente na pele tanto do cão quanto do gato.
3 – Itraconazol, droga de escolha para felinos. Bem tolerado.
Algumas combinações podem ser realizadas como Cetoconazol com betametazona mas é imprescindível consultar um Médico Veterinário que irá definir a melhor forma de tratar a malassézia, a atopia, a infecção e principalmente identificar e tratar corretamente, a doença primária.
Estão aí dicas importantes para vocês.
Muito obrigado.
VOCÊ JÁ PRATICOU UMA BOA AÇÃO HOJE?
PARA MAIORES INFORMAÇÕES, ORIENTAÇÕES E INDICAÇÕES,
É IMPRESCINDÍVEL CONSULTAR UM MÉDICO VETERINÁRIO.
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