ERLIQUIOSE, A “DOENÇA DO CARRAPATO”.

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Imagem ilustrativa com cão e gato com erliquiose a doença do carrapato
Imagem ilustrativa com cão e gato com erliquiose a doença do carrapato

CONCEITO E ETIOLOGIA

A Erliquiose canina, conhecida como pancitopenia tropical canina e popularmente como “doença do carrapato”, é uma doença severa cuja etiologia é  uma bactéria gram-negativa, a Erlichia canis, organismos cocoides e elipsoidais que afeta os nossos cães com muita frequência.

São encontrados  principalmente  no citoplasma dos leucócitos e plaquetas circulantes do sangue, de forma fixa , isolados ou em colônicas formando “mórulas” sendo esta a forma característica do parasita. (Nádia R.P. Almosny)

FATORES PREDISPONENTES

 A alta incidência dessa doença no Brasil é devido a três fatores:

1°) clima quente, favorecendo a reprodução dos carrapatos e pulgas.

2°) Grande incidência de carrapatos,

3°) Falta de controle adequado do carrapato no cão e no ambiente.

O clima tropical favorece a proliferação e multiplicação do carrapato aumentando consideravelmente a população o que é preocupante pois a fêmea produz cerca de 4 a 8 mil ovos durante a sua vida  (72 dias)  e os carrapatos adultos  consomem   em média 2 ml de sangue por dia provocando anemia, fraqueza  e outros  desarranjos  no organismo.

SINTOMAS

 Os sintomas principais são:

1)Na fase aguda: hipertermia( 39,5°C a 41,5°C), falta de apetite, fraqueza muscular, perda de peso, secreção nasal, vômito, depressão, pneumonia, aumento do baço, do fígado, petéquias hemorrágicas na pele, eliminação de sangue pelo nariz, insuficiência  hepato-renal, edema nos membros e escroto, sinais neurológicos, aumento dos gânglios linfáticos, presença de sangue na  urina e sinais neurológicos causados por meningoencefalite. (Nelson e Couto, 1998)

2)Fase crônica: apatia,  depressão  crônica , perda de peso, levando o animal a um estado de magreza exagerada, mucosas pálidas, febre, edemas , equimoses,  epistaxe,  hematúria, ulceração da cavidade oral, vômito,  insuficiência renal, descolamento de retina. Opacidade do globo ocular, uveítes, sinais nervosos que podem ser convulsão, comportamento obsessivo-compulsivo de lambedura repetitiva e incoordenação motora, levando a animal a ter dificuldade locomotora, principalmente nos membros posteriores.

A progressão da fase crônica é severa a grave   e o cão pode morrer por infecção secundária ou por hemorragia, devido sua debilidade autoimune.

PREVENÇÃO

Controle do carrapato no animal e no ambiente

DIAGNÓSTICO e TRANSMISSÃO.

É muito importância  fechar o diagnóstico  de uma  forma precoce com exames  laboratoriais  a  fim de evitar sua progressão e favorecer o estabelecimento de uma terapia adequada.

A espécie mais susceptível é o cão mas outras espécies como felinos, suínos, equídeos e ruminantes também são afetados.  É uma zoonose, portanto afeta  também os seres humanos.

O vetor é o carrapato e segundo Birchard e Sherding(1998) e Timoney et al(1998), as espécies de Erlíchia que afeta o cão são E.canis (cepa mononuclear), E. platys (cepa plaquetária),  E.equi, E. risticie e  E.ewingii  podendo ser causadora também a E.chaafeensis segundo ALMOSNY,2002; NEER e HARRUS,2006

Em Nelson e Couto , 1998, temos  que é na picada do carrapato infectado que a transmissão da  erliquiose acontece, mas  pode também ocorrer  através de instrumentos contaminados, agulhas e pela transfusão de sangue proveniente de um cão contaminado para um cão sadio. O carrapato pode também transmitir outras enfermidades como a Babesia sp, Micoplasma ( Hemobartonella  canis) e Heatozoon, segundo ALMOSNY,2002; SOUZA et al.,2004.

TRATAMENTO

Há diversos medicamentos lançados pelos laboratórios veterinários indicados para tratamento da   Erliquiose.

Um dos mais  recomendados é  a doxiciclina, imidocarb, sempre associado a um tratamento suporte, com anti-anêmico, anti-febril, fortificante e fluidoterapia.

 Saiba mais sobre o carrapato lendo o artigo “O primeiro parasita inimigo do seu cão).

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Leia também: A TEMÍVEL CINOMOSE

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Aloizio Apoliano
O Blog meu pet saudável foi criado pelo Médico Veterinário Aloízio Apoliano Cardozo, M.S. pela U.F.V. MG, pós graduação em Clínica Médica Cirúrgica de Pequenos Animais pela Qualittas, pós graduação em dermatologia pela Equalis e participação em vários eventos como Congresso, Simpósio, cursos, palestras , dentre outros, promovidos pela Qualittas e ANCLIVEPA. Atuou por diversos anos prestando Assistência Técnica e Extensão Rural, teórica e prática, com metodologia grupal, aos pecuaristas pela ACAR-GO (Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Goiás) e EMATER-GO ( Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás). É Diretor do Consultório Veterinário Popular e proprietário de uma loja de Produtos Veterinários: medicamentos, rações, vacinas e acessórios diversos para pet. Trabalhou como voluntário plantonista no Centro de Valorização da Vida (CVV) e no Hospital das Clínicas(HC) da UFG, fazendo palestras para os pacientes, sobre estilo de vida, alimentação saudável e mensagens musicais; participou de vários cursos de dança de salão com professores Jaime Aroxa e Carlinhos de Jesus; foi fundador da Academia de Dança Bolero Passos e Compassos: ministrou curso de dança de salão para pessoas carentes na Paróquia São francisco de Assis contribuindo para um crescimento físico, moral e espiritual. É sócio da Associação Nacional de Clínicos de Pequenos Animais e possuidor do selo de qualidade ANCLIVEPA -BRASIL.

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