Conhaça a Lambliase, o que ela causa, quais os sintomas, a prevenção e o tratamento disponível.
INTRODUÇÃO
O pesquisador Leuwenhoek examinando as próprias fezes ao microscópio em 1681, foi a primeira pessoa a perceber a presença de um parasita que se movimentava com a parte arredondada para frente e a parte fina e flagelada voltada para trás, em um formato parecido com pera quando examinado de frente e com dois núcleos ovoides localizados na porção arredondada. O trofozoíto da giárdia tem forma de pera, são moveis, possuindo quatro pares de flagelos (anterior, posterior, ventral e caudal) e dois núcleos. Já os cistos são arredondados, podem apresentar dois, quatro núcleo ou mais e são imóveis. A giárdia pode viver no estado livre em água parada, lagos, lagoas, margens ribeirinha durante bastante tempo.
O Protozoário durante muitos anos teve diversas denominações foi quando em 1915 Stiles criou a denominação Giardia lamblia em homenagem ao professor A. Giardia, de Paris e Dr. Lamblia, de Praga.
GIARDÍASE OU LAMBLIASE
DEFINIÇÃO/ETIOLOGIA
Giardíase é uma infecção cada vez mais presente nos pets tendo como causa um protozoário, parasita microscópico flagelado da espécie Giardia lambia que se prende fortemente através de ventosas(disco suctorial) à parede do intestino delgado com preferência no duodeno, provocando um quadro variando de assintomático a alterações significativas no organismo.
COMO SE DAR A INFECÇÃO
A infecção resulta da ingestão acidental de cistos da Giárdia presentes nas fezes, nos alimentos e água parada contaminada. É considerado um grave problema de saúde pública em virtude da sua grande prevalência nas populações humanas e animais de estimação e de seu caráter zoonótico.
SINTOMAS
Afetam mais pets jovens provocando diarreia crônica, persistindo por meses e refratária ao tratamento sintomático usual, fezes amolecidas pastosa, com aspecto de gordura (devido a sua pouca absorção), pálidas e volumosas, espumosas e fétidas, apresentando um pouco de sangue ou muco, podendo ter constipação, com distensão e dores abdominais leves, apatia, febre, anemia, retardo no crescimento, desidratação e alterações importantes em diversos sistemas do organismo. Mas nem sempre isso acontece. Há relatos em que 80 % dos casos a doença aparece de forma assintomática, dado muito significativo, dificultando o diagnóstico pelo Médico Veterinário.
Quase sempre, devido a ingestão de água parada e contaminada do ambiente, a doença reaparece após tratamento bem sucedido. A ausência de saneamento básico e higiene inadequada, a dificuldade em remover os cistos infectantes do ambiente favorecem a reinfecção dos pets, crianças e tutores.
PREVENÇÃO
A profilaxia não é de fácil execução uma vez que depende não só do tratamento da matéria fecal e do lixo, como ainda do combate aos insetos responsabilizados pela transmissão. É importante a proteção da água potável e dos alimentos evitando a contaminação dos mesmos com os cistos do protozoário, impedindo a disseminação da parasitose. Outros cuidados são igualmente importantes:
- Evitar água parada, contaminada.
- Fornecer água potável preferencialmente filtrada.
- Realizar exames de fezes periodicamente.
- Higiene, desinfecção do piso e descontaminação do ambiente onde vivem os pets com amônia quaternária por pelo menos 30 minutos.
- O uso da vassoura de fogo e água fervendo, no ambiente, são efetivos.
- Higiene pessoal adequada e educação sanitária dos adultos, crianças e pets.
- Tratamento dos animais infectados.
VACINAÇÃO
Foi colocado no mercado a vacina Giárdiavax para auxiliar na prevenção da doença e na diminuição da eliminação de cistos em cães. a vacinação é uma arama importante.
Segundo artigo da Zoetis sobre Giardíase, os animais vacinados podem apresentar sintomas mais brandos e infecções inaparentes, eliminam menos cistos e por um espaço de tempo bem menor e não são infectantes. Reduz a contaminação ambiental e a transmissão entre animais.
A primovacinação contra a Giárdia é realizada nos primeiros meses de vida, em duas doses, com intervalo de 21 dias que podem ser apçlicadas simultaneamente com as vacinas polivalentes.
Animais sob esquema de vacinação não devem ser expostos a ambiente potencialmente desafiadores, antes de duas semanas a partir da última dose, pois pode comprometer o bom efeito vacinal, segundo a Zoetis.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Após a anamnese, o conhecimento do histórico, o exame físico do pet e comprovação do diagnóstico pela identificação do parasita e pelos sintomas, o Médico Veterinário vai prescrever o medicamento à base de antibiótico adequado na dose compatível com o peso, o quadro geral do animal, bem como medicação suporte.
Há no mercado diversos medicamentos para tratamento da giardíase, sendo utilizados o Giardicid da Cepav, o GiardVet da Provets, Giarlam da UCI Farma dentre outros.
A CURA
A cura é alcançada quando, após a medicação, é comprovado o desaparecimento dos sintomas e o pet volta a ter a mesma vitalidade de antes.
Mas a indicação desses medicamentos é de responsabilidade do Médico Veterinário. O Uso por pessoas inabilitadas pode fazer com que os efeitos nocivos sejam maiores do que os benefícios que poderiam causar e provocar sequelas irreversíveis nos órgãos vitais podendo levar o animal à óbito. Ainda carecemos de estudos para esclarecer alguns aspectos poucos conhecidos sobre a giárdia como o processo de encistamento, criação de revestimento externo espesso para enfrentar as condições exteriores adversas após ser eliminado com as fezes, dentre outros.
CONSULTE SEMPRE UM MÉDICO VETERINÁRIO DE SUA CONFIANÇA.
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