CONCEITO
Coceira é uma sensação, em geral desconfortável e irritante, que causa vontade de coçar. O animal também pode morder ou arranhar a pele, afetando todo o corpo, em menor ou maior grau.
Em geral é causada por uma ou várias doenças subjacentes, algumas leves, outras graves, de caráter crônico, às vezes recidivantes e de cura improvável.
A coceira é um sinal que está presente em uma grande variedade de doenças dermatológicas dos cães.
ETIOLOGIA
Causas simples.
Causas aparentemente simples podem levar ao aparecimento da coceira:
Pele seca devido a desidratação, crescimento capilar, queimadura de sol, picadas de insetos, feridas em processo de cicatrização, dentre outras. São causas menos preocupantes e de fácil solução, quando tratadas adequadamente.
Causas complexas.
Há, no entanto, inúmeras doenças que podem causar coceira no seu animalzinho e só o Médico Veterinário é capaz de dar um diagnóstico seguro.
Não é aconselhável que o tutor aplique medicamentos no seu cão pois remédio é veneno, por isso é chamado de droga e vendido em Drogaria, podendo, quando usado de forma inadequada, prejudicar a saúde do animalzinho e provocar até mesmo a morte.
Por outro lado, o Médico Veterinário faz indicação baseada numa investigação, no histórico do animal, na coleta de dados através de exame físico e dados laboratoriais: raspado cutâneo, exame histopatológico ou Elisa.
Assim ele chega ao diagnóstico correto e indica os medicamentos adequados, no animal e no ambiente, evitando gasto desnecessário ao tutor e efeitos colaterais, tóxicos ao animalzinho e à pessoa que vai manusear esses produtos.
É bom frisar que o animalzinho, quase sempre, apresenta outras doenças e só o Médico Veterinário, com seu conhecimento técnico e experiência, consegue diagnosticar.
DOENÇA QUE MAIS COÇA
Uma das doenças dermatológicas mais severas e que incomoda muito aos petes e causa bastante coceira é a escabiose.
ESCABIOSE.
Características: A escabiose é uma das doenças que mais coça, provocando lesão mecânica e construção de galeria na epiderme. A situação é, muitas vezes, desesperadora, deixando o cão alucinado.
Mas a doença está mudando. O cão que faz reflexo ortopedal (faz apenas o gesto de coçar com a pata) pode não ter escabiose mas o cão com suspeita de escabiose geralmente faz reflexo ortopedal. O cão com escabiose quase sempre faz reflexo ortopedal.
Daí a importância de se fazer o teste. Clinicamente, a escabiose tem um pico de: 40% em filhotes entre um a seis meses de idade e afeta 50% dos cães até 18 meses de idade.
Escabiose é uma doença infecto contagiosa. Leva até dois meses para apresentar sintomas. Cães filhotes vivem juntos em lojas, feiras de adoção transmitem a escabiose uns para os outros e gera o primeiro pico; o segundo pico ocorre quando o animal entra na idade do pico reprodutivo (19 a 36 meses de idade).
Acomete mais machos do que fêmeas (contrário da demodex) em função dos machos serem mais promíscuos. As vezes junta 5 a 6 cães machos atrás da fêmea no cio.
Outra característica da escabiose é que acomete mais animais de pelo longo (75%) enquanto os de pelo curto são afetados em cerca de 27%.
SINTOMAS
Quando o ácaro da escabiose afeta o cão, ele faz lesão hiperqueratótica, pregueada, nas bordas das orelhas, escarificação na face; ele tem pápulas, eritremas, com algumas escoriações na face, ele tem pápulas, algumas escoriações lineares nas extremidades; ele tem essa lesão em cotovelo, chamada de rachadura de lesão tipo rachadura de traça. A presença de pápulas crostosas na região cervical. Parece que a traça roeu, fazendo um caminho. Tudo isso é típico da escabiose e isso coça, coça muito.
No pavilhão auricular vira uma pedra. Parece um terreno de lago que quando seca, trinca. O cão fica magro. Isso acontece na escabiose clássica.
Agora, o cão bem cuidado, que se alimenta bem, que toma banho em Pet Shop, toma vermífugo, vitaminas, vacinas, faz atividade física, faz controle e prevenção contra ectoparasitas. O cão que vive em ambiente limpo, tem imunidade boa e vida boa, esse, se pegar escabiose, é uma escabiose leve. Isso pode até dificultar o diagnóstico do Médico Veterinário que terá de lançar mão de um diagnóstico diferencial com outras doenças como alergia, malassesiose e outras.
DIAGNÓSTICO DA ESCABIOSE CANINA
1 – Baseado no quadro sintomático.
2 – Métodos de EPRC (raspado-microscopia); HP (biopsia-histopatológico do fragmento) e Elisa (Ensaio de imunoabsorção enzimática).
O raspado na escabiose, dependendo do estágio, não muito eficiente e eficaz, como na demodicidose. A biópsia é pouco eficaz para o diagnóstico da escabiose e da dermatofitose. O Elisa serve para detectar anticorpos específicos no sangue e diagnosticar doenças infecciosas (HIV, doença de Chagas…) doenças autoimunes e alergias.
Na Europa é mais usado o Elisa. No Brasil, o mais usado é o raspado.
No caso em estudo, o Elisa é o mais eficaz vindo em seguida o raspado (EPRC) e por último o histopatológico (HP).
Quando o raspado não apresenta o ácaro, é recomendável fazer repetições. Não encontrando o ácaro, vai ao Elisa.
Se o tutor tiver condições e concordar, o ideal é fazer os três.
TRATAMENTO
Os Laboratórios Veterinários lançaram no mercado uma gama muito variada de medicamentos para escabiose.
Os mais modernos, em forma de comprimidos palatáveis, em dose única, ação rápida e bom custo benefício, são os medicamentos à base de sarolaner (simparic), afoxolane (nexgard) e fluralane (bravecto), indicados para carrapatos, pulgas e ácaros.
Outros produtos em forma de shampoo, sabonete, à base de Benzoato de benzila, (timbaco, matacura), aerossol e spray (ectomosol) também são indicados para cães e estão disponíveis nas lojas veterinárias.
NO ANIMAL
Mas, o uso desses produtos no animal, a dose, a frequência, o período, vai depender da idade, do peso, do estado geral do animal. É bom lembrar que, mesmo que só um animal esteja afetado, os demais devem ser igualmente tratados.
NO AMBIENTE
O controle do ambiente também deve ser feito de maneira adequada desde a escolhe correta do produto, dosagem e preparação da mistura, horário de aplicação, posição da pessoa que vai aplicar em relação ao vento, idade e até o estado de saúde da pessoa que vai aplicar.
CUIDADOS NA APLICAÇÃO
Conforme o princípio ativo do produto, pode ser prudente a utilização de luvas, máscaras, camisa com mangas longas, dentre outros.
O inseticida tem efeito cumulativo no organismo e o efeito colateral do mesmo dependerá de vários fatores. Assim, fazendo um procedimento de forma adequado o risco de intoxicação será minimizado. Por isso é necessário seguir as recomendações de um profissional capacitado.
Para maiores informações, orientações e indicações, CONSULTE UM MÉDICO VETERINÁRIO.
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Leia também: TODA SARNA PROVOCA COCEIRA?
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