O cérebro ou o coração, sentimentos ou razão, qual dos dois está certo?
INTRODUÇÃO
O escritor francês Blaise Pascal criou a frase “o coração tem razões que a própria razão desconhece”, Segundo ele, o coração está ligado a sentimentos e emoções, e a razão “cérebro” está ligado a parte racional. É portanto uma briga antiga, cada um querendo prevalecer como se fossem autônomos e independentes. Essa afirmativa nos leva a pensar quais são os motivos do coração, estas “razões” proclamadas pelo coração… são as paixões, e as emoções, enquanto que a “razão” do “cérebro” é o nome que damos à consciência intelectual e moral. No dia a dia, estamos sempre utilizando esses dois importantes órgãos.
Uma breve abordagem sobre o “cérebro” e o “coração” e duas histórias verídicas e surpreendentes relacionadas com esses dois importantes órgãos.
CÉREBRO E CORAÇÃO
Pesquisas científicas tem revelado que o primeiro e o segundo órgão formado após a fecundação são, pela ordem: CÉREBRO E CORAÇÃO.
O cérebro faz parte do sistema nervoso e é considerado o principal órgão e centro do sistema em todos os animais vertebrados e em uma boa quantidade dos invertebrados. Celenterados e equinodermas são animais primitivos que possuem um sistema nervoso descentralizado sem cérebro, havendo animais destituído de sistema nervoso como as esponjas-do-mar.
CÉREBRO
Localizado na caixa craniana, constitui 90% da massa encefálica, faz parte do sistema nervoso funcionando como um “computador central” para onde são direcionadas todas as informações que recebemos.
É formado a partir do ectoderma e não obstante ser um órgão muito pequeno representando apenas 2% da massa corporal, comanda atividades como controle de ações motoras, a integração dos estímulos sensoriais e as atividades neurológicas como a memória, a fala e nossas atitudes, consumindo para isso bastante oxigênio (consome mais de 20% do nosso oxigênio corporal). Sendo o filho mais velho, ele transporta para si o status de principal responsável pelas decisões ou seja: decisões não podem ser tomadas sem ouvir primeiro a razão.
FUNÇÕES DO CÉREBRO
O cérebro é o responsável por comandar todas as nossas atividades e sentimentos tanto a memória, quanto movimentos corpóreos.
As pessoas costumam associar o cérebro com as decisões que envolvem a razão e as relacionadas às emoções, com o coração.
CORAÇÃO
Coração é formado a partir do mesoderma e é o segundo órgão formado após a fecundação. Órgão musculoso localizado sob o esterno e entre os pulmões. Funciona como uma bomba dupla. Sua função principal é bombear sangue para todo o corpo através dos vasos sanguíneos do sistema circulatório. O seu lado esquerdo bombeia sangue oxigenado (arterial) para várias partes do corpo e o lado direito bombeia sangue venoso para os pulmões.
NEUROTRANSMISSORES
Algumas estruturas e substâncias interferem no funcionamento do cérebro e do coração.
No cérebro e no coração pode ocorrer, de acordo com fatos, ocorrências e acontecimentos, uma explosão de reações causadas por neurotransmissores como noradrenalina (hormônio que acelere os batimentos cardíacos), a dopamina, (hormônio do prazer), causa reações no cérebro ligadas ao prazer. A serotonina nos deixa obcecados, a endorfina atua no sistema límbico ativando o prazer, a oxcitocina (hormônio das carícias) e a vasopressina (aumenta a pressão arterial). Veja “0 quarteto da felicidade” no site www.meupetsaudavel.com)
NOSSAS DECISÕES
No dia a dia estamos sempre tomando decisões. Decisões relacionadas com capacitação profissional, com a conquista de bens materiais , aquisição de uma fazenda, uma boa casa, um carro de luxo, conquista de elevado status social e reconhecimento. É cérebro em ação. Veja o artigo “PIRÂMEDES DE MASLOW” no site www.meupetsaudavel.com. Mas o coração é também acionado, principalmente nos relacionamentos sociais, relacionamentos afetivos e decisões para satisfazer prazeres pessoais.
Ora somos levados a utilizar mais o cérebro ora mais o coração de tal sorte que as vezes acertamos muito, acertamos pouco, às vezes erramos muito ou pouco, às vezes ganhamos, às vezes perdemos, às vezes ganhamos alegria, às vezes ganhamos tristeza. Às vezes ganhamos o prazer imediato, às vezes ganhamos sofrimento.
QUEM ESTÁ COM A RAZÃO, O CÉREBRO OU O CORAÇÃO?
OVO COZIDO
Segundo o Dr. Paranahyba Santana , no seu livro história de um Santana página 251, um jovem bem apessoado, alto e forte chegou a uma cidade próximo a Belo Horizonte e por lá montou uma oficina de consertos e peças para bicicleta. Isso por volta de 1935. Progrediu rápido graças a sua competência, além de discreto e respeitador no seu atendimento à muitos rapazes e moças também. O tempo foi passando e ele progredindo cada vez mais até que uma das moças, Amália, “linda e delicada, morena clara de corpo bonito, cabelos à altura dos ombros, olhos amendoados, boca de lábios perfeitos, sorriso que revelavam dentes perfeitos e lindos. Era linda aos 18 anos e de família muito rica, a mais rica daquela região. O pai, Coronel Josino era o maior proprietário de terras e gado daquelas paragens”.
Amália apaixonou-se pelo mecânico de bicicletas e foi correspondido. Era trabalhador e respeitado pelos seus atos e ações e contou com a aprovação do pai que realizou o casamento.
Dedicou-se fervorosamente aos estudos, formando em contabilidade. Era inteligente, assumindo tempos depois os negócios do sogro e triplicou a fortuna entregue sob sua responsabilidade. Tinha um cérebro muito bom. Construiu uma bela mansão onde reunia a família e todos os anos trocava de carro. Não se envolvera com política e prestava um bom trabalho filantrópico, solidário e voluntário.
Veja o artigo “AUTO AJUDA, SOLIDARIEDADE E VOLUNTARIADO”
Tornou-se torcedor fervoroso do Clube Atlético Mineiro e as paredes da oficina eram forradas de cartazes e fotos do seu time e fotos de um galo bonito e vistoso. Em 1975 o campeão foi a Raposa ficando o galo com o título de vice. A alegria da torcida Cruzeirense reinava na praça principal. Aos derrotados sempre sobraram animosidades e gozações. Assim estavam submetidos grande parte dos torcedores atleticanos.
“No meio aquele farfalhar de pessoas, junto aos bares e restaurantes, subia a lateral da praça um Ford Landau zerado, cor prata. Era o mais luxuoso automóvel fabricado no brasil àquela época. Ao volante um homem forte, mais para gordo, bigode farto, cabelos grisalhos e chapéu panamá. Usava cordões grosso e anéis de ouro. No vidro traseiro um grande escudo do Clube Atlético Mineiro”, narra o dr. Santana..
De repente uma voz masculina, possante gritou em alto e bom som:
-OVO COZIDO
O homem ficou uma fera, xingou com todos os palavrões que vinha à sua cabeça dirigido ao dono da voz, sua mãe, sua esposa, seus filhos e a toda torcida do cruzeiro, sempre com o revolver em punho. Isso durou uns 10 minutos.
Esse mesmo fato se repetiu por mais duas vezes até que o carro saiu de mansinho e foi embora em paz.
Aos 60 anos de idade, talvez movido pela força do poder econômico e por influencia do coração, o ex-mecânico de bicicleta e agora rico empresário, homem caseiro por excelência, iniciou um romance com uma jovem e apessoada viúva, mulher de um ex-empregado. A disputa pelo campeonato mineiro mostrava uma grande batalha entre os rivais Cruzeiro (a raposa) e Clube Atlético (o galo) do qual era torcedor fanático e ele sempre aproveitava o horário dos jogos para ficar com a amante.
Certo dia aconteceu uma bomba: “Uma fofoqueira amiga ou amiga fofoqueira” confidenciou com dona Amália: “seu marido está de caso com uma jovem viúva esposa de um ex-funcionário”.
Foram de taxi e chagando lá viu pela janela os dois pelados. A surpresa foi grande ao ver seu marido, o homem exemplar que nunca dera motivo para desconfiança, com outra mulher..
Voltaram pra casa e após dispensar o táxi e a fofoqueira, dona Amélia foi cuidar dos afazeres domésticos. Separou umas roupas para quarar e colocou cerca de 15 litros de água num caldeirão de alumínio, para ferver.
“Chegando em casa, cansado, tratou de tirar a camisa, os sapatos, meias, o cinto e abrir o zíper da calça e deitou na cama e pegou em um sono profundo, com a barriga para cima e pernas fazendo um Y invertido.
O ardor e a dor entre as pernas interrompeu o sono. E haja água fervente sobre os pendores masculinos e a fumaça subindo..”
A viúva mudou-se no dia seguinte e a dona Amalia cuidou do seu marido paciente, com a mesma dedicação, zelo e preocupação de sempre. O assunto rendeu por muitos anos e mesmo após cinco anos, algum cruzeirense espírito de porco- ainda gritava: OVO COZIDO
PADRE FRANCISCO
Padre Francisco Ferreira Apoliano, era de uma família tradicionalmente adepta a religião Católica apostólica Romana e do tempo em que a missa era celebrada em latim e de costas para os fiéis. Ordenado no seminário de Sobral em 1939 foi designado para a comarca de Marco pequena cidade do interior do Ceará, perto da cidade de Santana de Acaraú, onde exerceu um trabalho desenvolvimentista tanto no plano social e espiritual quanto no econômico. Estimulou e coordenou a reforma da igreja, deu novo impulso à festa da padroeira, realizou leilões, atividades artísticas e culturais, realizou casamentos e batizados e dentre eles o do José Maria. Além de ter uma boa aparência, desenvolvia uma grande empatia com as pessoas e era possuidor de uma oratória admirável, fatores que atraíram grande número de pessoas às missas.
As moças chegavam cedo e ficavam no banco da frente para ver e ouvir o padre. Uma delas, discreta, sóbria e com atributos físicos invejáveis se encantou com Padre, guardando esse sentimento somente para si. Sabendo que o Padre estava fazendo uma seleção para a escolha de uma secretária, resolveu se inscrever. Tinha ótima caligrafia, era organizada e disciplinada, atributos que influíram na sua aprovação.
A moça apresentava grande desenvoltura no desenvolvimento do trabalho pastoral, chegando a criar e motivar grupos de voluntários de ajuda às famílias carentes. Dedicava-se, diuturnamente, às atividades da Igreja e sempre reservava um tempo para cuidar carinhosamente da cadela afrodite, xodó do Padre Francisco.. Assim, a intimidade com o Padre foi se intensificando, saindo do controle, com a parte emocional falando mais alto.Até que um dia a bomba explode:
–Estou grávida, disse a moça ao Padre.
A cabeça do Padre entrou em parafuso. E agora o que fazer diante da situação e da família valente e influente da moça, pensou o Padre. Alguma decisão tinha que ser tomada. Dias depois, corria a notícia de que o Padre tinha falecido ao cair com o Jeep no açude Serrote.
A notícia pegou todos de surpresa. Foram contratados os melhores bombeiros nadadores da capital para buscar o corpo do Padre no fundo do açude. Os bombeiros retiraram o jeep com manchas de sangue, levando a crer que o padre estava morto. Mas o corpo não foi encontrado.
Sobre o episódio, assim relata o Dr. José Maria A. Lima:
—“Minha saudosa e querida mãe, criadora da Irmandade Sagrado Coração de Jesus, mandou-me badalar o sino da Igreja, sem hora para terminar. Eis que por volta de 11:30 h chega o tio Luiz Corrêa com a notícia de que o Padre estava vivo mas sofrendo com sérios problemas de depressão, transtornos psicológicos e emocionais, internado em uma clínica. “Tempos depois fiz uma visita para ele pois além de ter feito meu batismo, também era meu padrinho”, disse Dr. José Maria. Quanto a moça não se sabe que fim levou. Quanto a criança, o velho Joaquim Ferreira, pai do Padre, contratou um bom advogado para negociar e ficou com a posse e guarda da criança. Com seu falecimento, a guarda e responsabilidade pela formação superior da menina, hoje professora Universitária, ficou a cargo da Médica Dra Tereza, irmã do Padre Francisco. O Padre Francisco após longo tratamento e já recuperado chegou a desenvolver relevantes serviços na paróquia da cidade de Bom Jesus Itabapoema no RJ, e dentre inúmeras realizações dirigiu e coordenou a construção da nova matriz ampla e imponente, onde, anos depois foi colocado o seu busto como reconhecimento pelos 66 anos de relevantes trabalhos realizados em prol da comunidade e do município. O Monsenhor francisco faleceu no dia 08/04/2005 com 89 anos de idade e sua história, obra e legado foi tão importante que o jovem Edino Apolinário Ferreira, em 2015, lançou um livro contando um pouco dessa importante trajetória.
Afrodite foi presença constante na vida da professora Universitária durante 18 anos sendo tratada como membro da família e com quem conviveu e dividiu muitos momentos tranquilos, prazerosos e lúdicos.
Muito obrigado.
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